Bem-vindo ao nosso sétimo Café da Manhã!
Não sei se todos sabem, mas ontem foi assim. Um pouco de cada um. E todos alheios à dor do próximo. Viraram os olhos, cegaram. De normal, foi quase tudo. Só não sei se todos sabem. O mundo é tão pequeno, e tenho tanta pena de deixá-lo. De mundos o meu foi feito, grande do pequeno. Parto sem deixar nada aos meus entes queridos, que de tão queridos nunca me fizeram carinho algum. Reconheço a dificuldade do desapego e, muitas vezes, o medo de se estar descoberto. Reconheço, inclusive, a assombração que cerca a falta de autoestima. Mas o que posso fazer, se nada sou. Fui talvez um pouco de cada um. Em minhas entranhas guardei rancor, amor, passado e futuro. Do presente nada sei. E também não sei se todos sabem o que fui. Quem sou, só o tempo dirá. Para quem, não sei. De negativas carrego a minha fala. Mesmo que aceite a minha sina de já não estar, caminho em direção à luz. Vivo alguns parcos instantes entre a ida e a vinda. Rio alto. Rio sussurrando prazeres inconfundíveis. Saio de fininho. Tempo há, para tocar a última canção de ninar. Durmo no sofá, ouço vozes a me embalar. Sono de ser, enquanto a ladainha não cessa. Não sei se todos sabem, mas ontem foi assim. Um pouco de cada um, e quase nada de mim.
Mais um gole de Café, e até amanhã!
Prazer, Pablo.
Uma leitura diária que se tornou necessária, cada dia um encanto diferente através das palavras. Mestre Pablo!
Camila, muito obrigado! Fico feliz em saber que tenho companhia diária. Seja sempre bem-vinda!